Sobrevivente de campo de concentração nazista morre em bombardeio na Ucrânia

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Boris Romantschenko foi deportado para a Alemanha em 1942, aos 16 anos, para trabalhar nos campos de concentração. Ele morreu em um bombardeio do prédio onde morava em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

Um sobrevivente de um campo de concentração nazista, Boris Romantschenko, morreu em um bombardeio do prédio onde morava em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. A informação foi divulgada pela Fundação Alemã Memorial de Buchenwald e Mittelbau, nesta segunda-feira (21).

Aos 96 anos, o ex-prisioneiro de Buchenwald e vice-presidente do Comitê Internacional Buchenwald-Dora para a Ucrânia morreu na sexta-feira (18), acrescentou a organização, que foi informada da morte de Romantschenko por sua neta.

Romantschenko foi deportado para a Alemanha em 1942, aos 16 anos, para trabalhar nos campos de concentração. Depois de uma tentativa de fuga, ele foi enviado para o campo de Buchenwald, no centro da Alemanha, em 1943. Em seguida, ele foi preso em Peenemünde, Mittelbau-Dora e Bergen-Belsen.

Antes de retornar à Ucrânia, ele teve que servir vários anos no exército soviético estacionado na Alemanha Oriental, de acordo com a associação de caridade Maximilian Kolbe, envolvida em apoio material e psicológico a ex-prisioneiros de campos nazistas. A associação estava em contato há vários anos com Boris Romantschenko, que estava doente e mal podia sair do apartamento onde morava sozinho, no oitavo andar de um prédio em Kharkiv.

“A terrível morte de Boris Romantschenko mostra o quanto a guerra na Ucrânia é uma ameaça para os sobreviventes dos campos de concentração”, ressaltou a Fundação Memorial de Buchenwald e Mittelbau-Dora, que está tentando enviar remédios e alimentos aos ucranianos sitiados.

‘Operação desnazificação’

 

Ela estima que cerca de 42.000 sobreviventes da perseguição nazista vivem atualmente na Ucrânia. Presente numa cerimônia de aniversário da libertação do campo de Buchenwald, em 2012, Boris Romantschenko tinha lido na ocasião, recordou a Fundação, o juramento de Buchenwald: “A construção de um novo mundo de paz e liberdade é o nosso ideal”.

A cidade de Kharkiv tem sido alvo de vários ataques mortais que atingiram edifícios civis. O presidente russo, Vladimir Putin, continua a justificar a invasão da Ucrânia pela necessidade de “desnazificar” o país. A referência à Segunda Guerra Mundial foi denunciada pelos historiadores.

O chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak, fez alusão à declaração de Putin em uma mensagem publicada no Telegram. “Um prisioneiro de 96 anos dos campos de concentração nazistas que sobreviveu a Buchenwald e morreu porque um míssil russo em seu próprio apartamento em Kharkiv. Isso é o que o russos chamam de ‘operação desnazificação'”.

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